Foi criada pelo psicanalista Eric Berne. Nascido em 1910, na cidade de Montreal, Canadá, formou-se em Medicina e em 1936 transferiu-se para os Estados Unidos; iniciou sua formação analítica com Paul Federn, completando-a com Erik Erikson. Faleceu em 1970.

Análise Transacional é uma teoria da personalidade, um conjunto de técnicas e uma filosofia de vida. É uma teoria de conduta individual e social, centrada na compreensão, predição e mudança do comportamento humano. Chama-se “Análise”, por examinar o comportamento em unidades simples e facilmente compreensíveis e “Transacional”, por aplicar essa análise às ações e reações entre as pessoas, denominadas “Transações”.

Análise Transacional serve para poder pensar, sentir e atuar em nossa vida com autonomia. Sua filosofia sustenta que nossas condutas inadequadas atuais resultam de uma programação irracional elaborada na infância.

Análise Transacional permite às pessoas, reconhecerem e mudarem essas atitudes prejudiciais para si e para o ambiente, adotando um jeito de ser mais contrutivo, criativo e real.

Eric Berne, seu criador, chamou o aparelho mental de “psique” e as suas exibições funcionais na qualidade de comportamento, de “estados de ego”: a maneira observada de ser, decorrente de sentimentos e pensamentos. São eles, “o estado de ego Criança, que corresponde às manifestações típicas da infância, carregadas de impulsos e sentimentos e, na pessoa madura, representa a revivência dessas manifestações com a mesma carga emocional e o mesmo impacto da vivência infantil; o estado de ego Adulto, que com base nas capacidades de percepção, memória e processamento de dados, revela o raciocínio, bem como o cuidadoso interesse na consecução de metas e nas conseqüências prováveis das escolhas feitas; o estado de ego Pai, que é a repetição do comportamento dos progenitores na infância, consistindo em restringir alguém ou dar-lhe apoio”(Caracushansky,1977).

Segundo Kertész (1977), a Análise Transacional é:

Simples – Usa uma terminologia coerente, coloquial, capaz de ser compreendida por uma criança de 8 anos.
Direta – Não usa meandros, atalhos, vai direta aos objetivos, face a face, pessoa a pessoa.
Natural – Por lidar com o que é real, cotidiano, baseando-se nas necessidades biológicas do ser humano.
Autêntica – Quem a pratica aceita-se e manifesta-se tal como é.
Objetiva – Observa a realidade como ela é, sem tentar explicar os fatos com teorias abstratas.
Lógica – Sua teoria é coerente, facilmente deduzível, podendo ser demonstrada cientificamente.
Preditiva – Permite prever com mínima margem de erro a conduta de cada indivíduo: o que fará de sua vida, como terminará, quais serão as pessoas do seu relacionamento, como reagirá ao meio social, etc, graças a utilização de um mínimo de dados.
Contratual – As metas a serem alcançadas são estabelecidas, a priori, com o Adulto de cada pessoa, sendo objetivas e verificáveis a cada momento.
Potente – Impressiona de imediato, por revelar a cada um a sua realidade, logo nas primeiras sessões, permitindo-se produzir modificações profundas e estáveis na personalidade.
Universal – Dada às suas características, tem aplicação em todas as ciências do comportamento, ajudando com a clareza e objetividade de seus princípios, a serem encontradas prontas e potentes soluções às vezes aos mais intrincados problemas.
Análise Transacional pode ser aplicada na área clínica, organizacional, educacional, nas instituições em geral. Sua clareza de conceitos, objetividade de métodos e brevidade terapêutica, vem “preencher a lacuna existente nas formas de psicoterapia atuais e satisfazer as necessidades de uma sociedade carente de um método que seja, ao mesmo tempo, afetivo, rápido e acessível à maioria da população” (Frutuoso e Tavares,1988).