Kátia Ricardi de Abreu é Psicóloga ( CRP 06/15951-5) graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1982.
Especialista em Análise Transacional, é Membro Certificado Clínico pela
Associação Latino-Americana de Análise Transacional (ALAT) e Membro Didata
Clínico em formação pela UNAT-Brasil.
Proprietária da EGO CLÍNICA E CONSULTORIA, na área
clínica atende crianças, adolescentes e adultos, individual, grupos,
casais e famílias.
Na área organizacional, atua em gestão de pessoas de acordo com as
necessidades específicas de cada grupo, empresa e organização pública ou
privada em diversos segmentos de mercado.
Atualmente é Vice-Presidente da UNAT-Brasil. Participa de Congressos e
eventos ligados à Psicologia e áreas afins.
Ministra Cursos e Palestras em todo Brasil, sobre
qualidade de vida, universo corporativo, universo feminino, relacionamento
humano, levando sua mensagem forte de vida fundamentada numa filosofia
humanista. Seu estilo é um convite à reflexão e mudança positiva de
conduta frente à realidade.
É articulista de vários jornais, revistas especializadas e sites de
internet.
R. Ondina, 44 - Redentora São José do Rio Preto - SP Fone:
(0xx17) 3233 2556 |
Bulimia
A bulimia, como outros transtornos alimentares não é um
fenômeno dos dias de hoje. Como toda doença psíquica, sempre existiu.
Atualmente as pessoas estão mais informadas e buscando compreender o que
há alguns anos somente os médicos compreendiam. O que na realidade
aconteceu é que a bulimia se tornou mais frequente.
Bulimia é muito diferente de anorexia
Embora se trate de um distúrbio alimentar, a bulimia tem
características muito distintas da anorexia. A bulimia é caracterizada por
episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual a pessoa come uma
grande quantidade de alimento como se estivesse faminta, em um curto
espaço de tempo. A pessoa perde o controle sobre si e depois tenta vomitar
e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações ou indução
do vômito com a finalidade de não ganhar peso.
Ainda não se sabe o fator desencadeante dessa doença, entretanto, o
que se sabe é que há uma somatória de fatores. Segundo a endocrinologista
Dra. Ellen Paiva, a bulimia seria provocada pela união dos seguintes
aspectos “influências familiares, comportamentais e afetivas em um
paciente suscetível, somados aos ideais de beleza de hoje, tão cruéis
quanto absurdos, podem influenciar essas pessoas a almejarem pesos
impossíveis de serem alcançados e mantidos de forma convencional e tudo
isso pode dar margem ao desenvolvimento de comportamentos alimentares
anormais em pessoas predispostas.”
Uma doença silênciosa, quase imperceptível
A bulimia é uma doença muito difícil de ser diagnosticada pelos
familiares e, às vezes, também aos olhos dos médicos. A Dra. Paiva afirma
“quem suspeitaria de uma paciente que chega ao nosso consultório querendo
perder peso, estando um pouco acima do peso ideal e preocupada em ganhar
peso?”. Ao contrário do que se pensa, as pessoas que sofrem de bulimia são
divertidas e nem sempre vomitam. O que realmente chama a atenção é o pavor
que têm em engordar e a negligência em relação ao uso de medicamentos para
emagrecer.
A psicóloga Dra. Kátia Ricardi de Abreu ressalta o seguinte, “ao
perceber que há algo de diferente nos costumes alimentares do seu filho,
siga o mesmo procedimento ao perceber uma febre: procure um profissional
para saber o que está havendo”.
Uma doença praticamente feminina
A bulimia não é uma doença exclusivamente feminina, mas segundo a
Dra. Abreu, 90% dos casos ocorrem em mulheres. “A bulimia aparece
frequentemente no final da puberdade e no início da vida adulta, mas pode
persistir durante a fase da maturidade, nos casos mais graves”, afirma a
Dra. Paiva.
Segundo a Dra. Abreu a grande incidência de casos de bulimia e
outros transtornos alimentares está associada “a um estilo de vida
estressante, com pressões internas e externas, sem o acompanhamento de um
equilíbrio interno para administrar todos os estímulos que o mundo nos
guia”.
A Dra. Abreu assegura que os novos padrões de beleza estética são
agravantes ao quadro, pois geram pressão social e familiar de culto ao
corpo perfeito.
Os sinais e sintomas bulímicos
Como a bulimia normalmente não se evidencia por sinais físicos
aparentes é necessário que os pais fiquem alertas ao comportamento dos
filhos, principalmente quando se tratar de uma menina. A Dra. Paiva
aconselha o seguinte “deve chamar a atenção dos pais a menina com extrema
preocupação com o peso corporal, que apresente um certo grau de
agressividade, que faz jejum prolongado e que demonstre descontrole quando
come”.
Já a Dra. Abreu alerta para o seguinte “não podemos confundir a
patologia com alguns distúrbios alimentares ocasionais. Isso é importante
ser esclarecido porque uma mãe que vê um filho ocasionalmente com muito ou
pouco apetite, não pode já pensar que o filho sofre de bulimia”. O
diagnóstico desse tipo de doença só pode ser feito por um profissional e é
muito comum a ocorrência de transtornos alimentares ocasionais quando está
ocorrendo algo na realidade externa, como por exemplo, o vestibular ou o
primeiro namorado.
Os principais sintomas de bulimia são a ansiedade e o medo de
engordar, acompanhados de vários regimes com perdas e ganhos de peso, onde
geralmente a pessoa usam todos os tipos de medicação disponível afim de
emagrecer, e, finalmente, a desorganização nas práticas alimentares.
A bulimia e as doenças ocasionadas por ela
A Dra. Paiva afirma que a bulimia pode gerar outros problemas, como
gastrites, esofagites, obstipação crônica pelo uso exagerado de laxantes,
além da associação com outros problemas psiquiátricos como a depressão, a
ansiedade e o abuso de álcool e drogas.
Embora acarrete tantos problemas à saúde, a bulimia não pode levar
a pessoa à morte. “Maior risco têm as pacientes com anorexia nervosa, pois
a extrema resistência a comer pode levar à desnutrição intensa,
desidratação e problemas cardíacos”, complementa a Dra. Paiva.
No entanto, a pessoa que sofre de bulimia deve contar com um
tratamento formado por uma equipe multidisciplinar que envolve um
psiquiatra, um endocrinologista, uma nutricionista e um psicólogo.
Normalmente são utilizadas a terapia cognitivo-comportamental, a
psicoterapia e a psicanálise. Em alguns casos são utilizados medicamentos
como antidepressivos e sacietógenos, medicados pelo psicólogo ou
psiquiatra.
Como evitar a bulimia
Para evitar a bulimia e outros transtornos alimentares só existe
uma maneira: a informação.
A Dra. Abreu afirma que a melhor forma de evitar a bulimia é o
seguinte “qualquer distúrbio alimentar pode ser evitado desde o
nascimento, quando os pais se preparam para educar os filhos em todos os
sentidos, inclusive obtendo informações sobre como proceder na hora de
introduzir a alimentação”. A Dra. Paiva complementa com a seguinte
sugestão “é preciso orientar as mães que geralmente vivem “de regime” que
essa atitude pode influenciar muito o comportamento de suas filhas, pois
elas precisam ter noção de que para serem bonitas precisam ter saúde.”
É importante também saber que a bulimia tem cura. Segundo a Dra.
Paiva, alguns autores consideram a bulimia recuperada mesmo quando ocorrer
um episódio bulímico ou vômito mensal, enquanto outros exigem a
inexistência dos mesmos, entretanto os números de cura são animadores. “A
recuperação é boa em 60% dos casos, sendo 30% com evolução mediana e 10%
com evolução ruim, nesse caso tratam-se de pacientes muito ansiosas e
predispostas a outros transtornos na esfera psicológica”, complementa a
Dra. Paiva.
Entenda o acesso bulímico
É muito importante compreender o acesso bulímico, pois ele não é
somente o exagero em alguma refeição. Todos nós, de certa forma
apresentamos certo descontrole e comemos muito, a ponto de nos sentirmos
empanturrados e culpados. A bulimia nervosa é muito mais que isso, é a
sensação da total perda do controle da ingestão dos alimentos. Come-se
muito mais do que a maioria das pessoas conseguiria comer, geralmente num
período de uma a duas horas, no mínimo, duas vezes por semana. Come-se o
que se vê pela frente. A pessoa come o que gosta e também os alimentos que
não são apreciados por ela. Muitas vezes, a pessoa bebe muita água ou
refrigerante ou qualquer outro líquido junto com a comida, pois isso
facilita o vômito.
Kátia Ricardi de Abreu, Psicóloga clínica e
organizacional, graduada
pela PUCCAMP, consultora de empresas, palestrante e escritora
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