Kátia Ricardi de Abreu é Psicóloga ( CRP 06/15951-5)
graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1982.
Especialista em Análise Transacional, é Membro
Certificado Clínico pela Associação Latino-Americana de Análise
Transacional (ALAT) e Membro Didata Clínico em formação pela UNAT-Brasil.
Proprietária da EGO CLÍNICA E CONSULTORIA, na área
clínica atende crianças, adolescentes e adultos, individual, grupos,
casais e famílias.
Na área organizacional, atua em gestão de pessoas de acordo com as
necessidades específicas de cada grupo, empresa e organização pública ou
privada em diversos segmentos de mercado.
Foi Vice-Presidente da UNAT-Brasil.
Participa de Congressos e eventos ligados à Psicologia e áreas afins.
Atualmente é presidente do Rotary Club São José do
Rio Preto - Distrito 4480
Ministra Cursos e Palestras em todo Brasil, sobre
qualidade de vida, universo corporativo, universo feminino, relacionamento
humano, levando sua mensagem forte de vida fundamentada numa filosofia
humanista. Seu estilo é um convite à reflexão e mudança positiva de
conduta frente à realidade.
É articulista de vários jornais, revistas
especializadas e sites.
R. Ondina, 44 - Redentora São José do Rio Preto - SP Fone:
(0xx17) 3233 2556 |
CAPÍTULO VI
- Rapaz, que anchova deliciosa!
- É verdade, tudo está muito gostoso. Não fosse o Denis nunca ter
experimentado comida japonesa, não teríamos nos divertido tanto ao
vê-lo comer sushis e sashimis inundados pelo moyashi.
- Já experimentei, mas não sou muito fã – diz Denis, fazendo um
careta que desperta em JR um sorriso largo, quase uma gargalhada.
Todos os olhares dos presentes na mesa se voltam para JR. Não é
necessário palavras. Todos sabem o momento difícil pelo qual JR
passa e vê-lo sorrir assim, deixa a todos muito surpresos e felizes.
- O que foi? – pergunta JR, frente à reação dos amigos.
- Acho que a gente de surpreendeu com a sua alegria, que há tempos
não aparecia – justifica Denis, como porta voz do grupo.
JR fica sério novamente e conduz seu olhar para um ponto distante.
Ele sente o afeto dos amigos, o apoio incondicional diante das dores
da sua alma e antes que seus olhos umedeçam ainda mais a ponto de
lágrimas rolarem em pleno restaurante japonês, Ademir entra com uma
piada daquelas que só ele sabe contar, distraindo os amigos que
concentravam suas atenções em JR.
E entre anchovas, sushis e sashimis, a conversa rola solta, alegre,
sobre assuntos leves; um brinde é feito em comemoração ao novo
negócio de Ademir. Ele está feliz como empreendedor, inaugurando
mais uma filial de sua loja.
Ao voltar para casa, JR dorme tranqüilo, sem dificuldades, como há
muito não acontecia.
Foi uma deliciosa noite... Pensa ele, antes de fechar seus olhos, já
na sua cama.
No dia seguinte, JR liga para seu pai:
- Olá, pai! Como vai você?
- Eu estou bem, meu filho. E você, como está? Já procurou a junta
psiquiátrica? – brinca ele, para descontrair e ao mesmo tempo para
saber se JR procurou resolver seus conflitos.
- Não, mas vou ligar ainda hoje para um psicólogo. O cartão está na
carteira. Falta a coragem.
- JR, você é uma pessoa esclarecida, sabe que psicólogo é um
profissional como eu, ou como um dentista; é um prestador de
serviços preparado para levá-lo a refletir e desconfundir suas
idéias.
- Sei pai, mas quando penso que vou ter que abrir meu coração para
uma pessoa estranha...
- Com o tempo você se acostuma. É uma pessoa preparada para ouvi-lo
e ajudá-lo. Eu estou me distraindo com o Centro de Atendimento. A
construção já está adiantada. Neste final de semana, haverá um
jantar beneficente para angariar fundos para terminarmos mais
depressa as obras. Venha para cá, se puder.
- Lamento pai, mas vou estudar muito. Torço para que dê tudo certo.
- E a Cora?
- Ela quer voltar, mas tenho medo. Não sei lidar com ela do jeito
que ela é.
- Pois então, aprenda JR, porque você gosta muito dela. Eu aprendi a
respeitar o jeito de ser da sua mãe e a amá-la como ela era.
Lembre-se: não existe mulher perfeita e você também não é perfeito.
- Sei disso, pai. Vou me lembrar de seus conselhos e os de mamãe,
aqueles que ela me dava, sobre o amor.
- Então, que Deus o abençoe JR.
- Obrigado, pai, fique com Deus você também!
JR desliga o telefone e tira da carteira o cartão do Dr. Lauro;
marca uma consulta com o psicólogo. Em seguida, liga para Cora,
deixa recado na secretária eletrônica dela e marca um encontro na
praça onde ela costuma caminhar, no final da tarde. Ele não sabe
exatamente o que vai dizer a ela. Sabe apenas que vai olhar
longamente para aqueles olhos incrivelmente brilhantes, desfrutar da
proximidade calorosa de sua pele macia enquanto tomam uma água de
coco gelada.
Talvez ele a beije, talvez, não. Mas uma coisa é certa: ele não quer
se afastar definitivamente desta mulher. Uma química explosiva o
leva ao encontro dela. Um desejo de amá-la com todas as suas forças,
de todas as maneiras que ele aprendeu, o faz esquecer
temporariamente todas as mágoas que colecionou.
Ele se lembra de uma lenda árabe que diz que dois amigos viajavam
pelo deserto e em um determinado ponto da viagem, discutiram e um
deu uma bofetada no outro. Ofendido, sem nada poder fazer, o que
recebeu a bofetada escreveu na areia: hoje o meu melhor amigo me deu
uma bofetada no rosto. Seguiram adiante e chegaram a um oásis onde
resolveram tomar um banho. O que havia sido esbofeteado começou a
afogar-se, sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se, pegou um
canivete e escreveu numa pedra: hoje o meu melhor amigo salvou a
minha vida. O outro amigo perguntou: - Por que quando eu te magoei,
você escreveu na areia e agora você escreve na pedra? Sorrindo, o
outro amigo respondeu: - Quando um grande amigo nos ofende, devemos
escrever onde o vento do esquecimento e o perdão se encarreguem de
apagar a lembrança. Por outro lado, quando nos acontece algo bom e
grandioso, devemos gravar isso na pedra da memória do coração, onde
vento nenhum em todo o mundo jamais o poderá apagar.
Assim JR estava se sentindo em relação à Cora. Por mais que ele
estivesse incomodado, magoado, ele estava cheio de desejos de ficar
ao lado dela, deixando que todo o resto fosse simplesmente, o
resto...
Não estava sendo fácil tirar da cabeça aquela mulher...
|
|
CLIENTE - a busca da qualidade nas relações
interpessoais
Eder Pinhabel e
Kátia Ricardi de Abreu
Editora Casa do Livro
NA INTIMIDADE DA ALMA
História de uma
vencedora
Kátia Ricardi de Abreu
Editora Casa do Livro
Sonhos de Natal
Kátia Ricardi de Abreu e outros autores
(edição esgotada)
Prosas e Versos de Natal
Kátia Ricardi de Abreu e outros autores
(edição esgotada)
|