Kátia
Ricardi de Abreu é Psicóloga ( CRP 06/15951-5) graduada pela
Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1982.
Especialista em Análise Transacional, é Membro Certificado
Clínico pela Associação Latino-Americana de Análise
Transacional (ALAT) e Membro Didata Clínico em formação
pela UNAT-Brasil.
Proprietária
da EGO CLÍNICA E CONSULTORIA, na área clínica atende
crianças, adolescentes e adultos, individual, grupos, casais
e famílias.
Na área organizacional, atua em gestão de pessoas de acordo
com as necessidades específicas de cada grupo, empresa e
organização pública ou privada em diversos segmentos de
mercado.
Foi Vice-Presidente da UNAT-Brasil. Participa de Congressos e
eventos ligados à Psicologia e áreas afins.
Foi presidente do Rotary Club São José
do Rio Preto - Distrito 4480
Ministra Cursos e
Palestras em todo Brasil, sobre qualidade de vida, universo
corporativo, universo feminino, relacionamento humano, levando
sua mensagem forte de vida fundamentada numa filosofia
humanista. Seu estilo é um convite à reflexão e mudança
positiva de conduta frente à realidade.
É articulista de vários jornais, revistas especializadas e
sites.
R.
Ondina, 44 - Redentora
São José do Rio Preto - SP
Fone: (0xx17) 3233 2556
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A
audácia de amar
“Não
pertença a outrem quem pode pertencer-se a si
próprio”
PARACELSO
Conta-se que um
rei decidiu desapegar-se; deixou seu palácio, todas
suas posses e títulos e até mesmo suas nobres
vestimentas, e saiu caminhando, nu, em busca da
realização e da paz. Depois de caminhar cinco dias,
encontrou um tronco caído perto de um riacho, e aí
se sentou e permaneceu em austera meditação durante
cinco anos. Um dia, quando ele estava bebendo água no
riacho, um cansado caminhante solitário sentou-se no
tronco. Ao vê-lo, o ex-rei disse-lhe, de imediato:
“Este é o meu tronco!...”.
Roberto Crema, Vice-reitor da UNIPAZ em Brasília, em
seu livro “Análise Transacional centrada na
pessoa... e mais além”, usa esta metáfora para
falar sobre o apego/desapego. Não importa se é um
trono ou um tronco, se estivermos identificados,
estaremos apegados e sofreremos. Ele sugere que
façamos uma lista dos nossos apegos e quando
estivermos estressados, angustiados, podemos recorrer
à lista para constatar qual apego está determinando
o sofrimento; temos aí a fórmula da raiz do
sofrimento mental. Crema diz: a antítese de todo
sofrimento mental é o desapego, que não tem a ver
com o que possuímos e sim com o como possuímos.
O apego, que segundo Crema, significa identificação
com um objeto, uma pessoa, um status, etc. acompanhado
de um sentimento de posse (meu dinheiro, meu cargo,
meu namorado), situa-se na base do sofrimento humano e
será automaticamente seguido pelo medo. Sentimos medo
de perder aquilo ao qual estamos apegados e isso
determina um estresse, que produz um desgaste e
enfermidades que realimentam o apego, fechando o
círculo vicioso.
Assistimos o drama de Lindemberg e Eloá, exemplo
nacional de um pseudo-amor, onde o apego se
transformou em desequilíbrio e tragédia. O apego,
gênese da patologia, base dos jogos de poder, pode
estar presente naquele que perdeu suas havaianas na
praia, perdeu o emprego, ou um bocado de dinheiro na
bolsa de valores ou ainda, perdeu a posse daquela que
julga ser sua amada para sempre.
O
que aprendemos sobre o amor para poder ensinar aos
nossos filhos? Qual é o grau evolutivo do nosso
crescimento psicológico e espiritual para convivermos
com as coisas e as pessoas que se aproximam e se
distanciam de nós? O que realmente nos pertence
neste mundo?
O
apego ao outro gerando dependência e posse é a
patologia do amor. “Eu só vou se você for”, “você
só vai se eu deixar”, “se você não é meu não
será de mais ninguém”, são pensamentos e frases
típicas de quem está nesta esfera relacional
doentia.
A
cessação do sofrimento ocorre pela extinção do
desejo. O Desapego, expressão do amor real, revela a
nossa verdadeira capacidade de amar.
Kátia
Ricardi de Abreu, Psicóloga graduada pela PUCCAMP,
especialista clínica em Análise Transacional pela
ALAT e UNAT-Brasil, consultora de empresas,
palestrante e escritora
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